CAUSA DE NADA
De nada adianta dizer que te amo
se com o passar do tempo, não
demonstrar e nem em teus ouvidos
revelar os acordes angelicais que ouço.
De nada adianta dizer que a saudade
mutila se durante toda uma distância,
os meus olhos deixaram de marejar e um
nó que enfada teima em ficar na garganta.
De nada adianta dizer que sonhei
com os teus encantos, se em meus
devaneios deixei de ouvir os cantos
canoros dos rouxinóis.
De nada adianta dizer que conto
nos dedos os segundos que faltam
para que eu te veja, se quando entrelaçado
em teus braços não dizer que te amo.
De nada adianta dizer que deixei de respirar
quando longe de tua magia, se no sol-posto
também deixei de desvelar que a vida de um poeta
não pode ser compreendida apenas por seus textos...
De nada adianta dizer tantas coisas
a respeito desse sentimento, se não dizer
que desconhecia esta forma de amar e permanecer,
subjugado pela maldade do silêncio sombrio.