Menino poeta

Simplesmente foi, partiu como

pássaro desalentado.

Levou minha poesia junto

calou-me, desfez-me.

Sou, agora, sensata cautela,

entediada razão.

Meu canto, prudente lição,

nada encanta, desconsola-me

em enfadonhos prantos.

Na cruel partida com juras

de amor disse me amar, talvez

queria com isso, simplesmente

me castigar.

Quem sabe, na primavera que

se aproxima eu volte a cantar,

curada da ferida que o menino

poeta deixou no meu andar...

Luz de Cristal
Enviado por Luz de Cristal em 27/08/2013
Reeditado em 27/08/2013
Código do texto: T4454746
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