Menino poeta
Simplesmente foi, partiu como
pássaro desalentado.
Levou minha poesia junto
calou-me, desfez-me.
Sou, agora, sensata cautela,
entediada razão.
Meu canto, prudente lição,
nada encanta, desconsola-me
em enfadonhos prantos.
Na cruel partida com juras
de amor disse me amar, talvez
queria com isso, simplesmente
me castigar.
Quem sabe, na primavera que
se aproxima eu volte a cantar,
curada da ferida que o menino
poeta deixou no meu andar...