Olhos nos olhos

E, de repente lá estamos nós.

Olhos nos olhos.

E não há mais nenhum tipo de proteção para nossas peles.

Nós não somos mais dois estranhos.

Eu percebo o quanto eu sentia falta disso.

Não dói tanto quando você se acostuma a não ter.

Mas quanto tempo durará dessa vez?

Olhos nos olhos.

Eu sei quando você pode ver a minha alma.

Eu sinto isso.

Então eu já não me sinto totalmente nua.

Eu gosto que você veja.

Eu posso ver você também.

E é lindo o que eu vejo.

Eu poderia passar o resto da noite olhando para sua alma.

Nós poderíamos fingir que é possível ficar assim para sempre.

Que não existe nada forte o suficiente para nos tirar deste momento.

Mas não seria verdade...seria?

Eu gosto das coisas bobas, não importa o quão bobas elas sejam.

Eu gosto das palavras não ditas.

Gosto dos gestos insignificantes.

É um tipo de estado em que nada mais importa.

Os erros, os defeitos, cada uma das decepções.

Não nesse momento.

E não importa os medos que nós tínhamos.

Eles não parecem tão assustadores agora. Parecem?

E tudo o que eu penso em dizer é: eu senti sua falta.

Ainda que eu saiba na ponta da língua a sua resposta.

Você diria: Nós nos vemos todos os dias.

Por que fala como se houvessem meses?

Bem, eu senti tua falta.

É que a frieza dos papeis, do conveniente, do que é rotina me assustam.

Me assusta quando você me olha nos olhos e não me vê.

É por isso que você não conseguia encará-los?

E , então, quando todas as paredes caem, eu percebo que nada mudou.

Você ainda é o mesmo.

Eu ainda sou a mesma.

Mesmo depois de tanto tempo.

De tantas coisas.

Você não se sente bem melhor assim?

Achou mesmo que fosse impossível não pensar? Não se preocupar?

Não parece um sonho agora que você está aqui?

Eu amo tanto poder estar contigo que eu sinto vontade de chorar.

Não adianta dizer que mudou.

Não mudou.

Será sempre você.

Eu te amarei pra sempre.

Não importa.

Nada.

Eu juro.

Melissa J
Enviado por Melissa J em 27/08/2013
Código do texto: T4454136
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