Estátua
Vês-me como se nada mais houvesse
De bom para os teus olhos
Como se fosse o ouro, uma jóia rara
Que chamasse atenção, o sol
Que sobre tua cabeça parasse
E iluminasse tua beleza, ativasse
Tua alma e aliviasse meu coração.
De longe me vês carente ou não, teus olhos
São como dois faróis de milhas
Que brilham no crepúsculo cinzento
Invade meu ser, trazendo alegria
E contentamento, mas há um porém,
Não me chama de amor nem de meu bem.
Inerte à beira do cais, exposta aos visitantes
Que apressados seguem rumo a felicidade,
Tomada pela ferrugem, banhada pela brisa,
Silenciosa e carente de toda uma movimentação,
Quem me dera se como tu houvessem muitas
E muitas estátuas fincadas neste chão...