Estátua

Vês-me como se nada mais houvesse

De bom para os teus olhos

Como se fosse o ouro, uma jóia rara

Que chamasse atenção, o sol

Que sobre tua cabeça parasse

E iluminasse tua beleza, ativasse

Tua alma e aliviasse meu coração.

De longe me vês carente ou não, teus olhos

São como dois faróis de milhas

Que brilham no crepúsculo cinzento

Invade meu ser, trazendo alegria

E contentamento, mas há um porém,

Não me chama de amor nem de meu bem.

Inerte à beira do cais, exposta aos visitantes

Que apressados seguem rumo a felicidade,

Tomada pela ferrugem, banhada pela brisa,

Silenciosa e carente de toda uma movimentação,

Quem me dera se como tu houvessem muitas

E muitas estátuas fincadas neste chão...

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 11/04/2007
Reeditado em 11/04/2007
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