O Desobediente Amor

Se ele me obedecesse, eu falaria :

"sai da casa, que tem gente, lá fora...

esperando para entrar, agora...

depois que você me deixar a casa vazia!"

Se ele me obedecesse, uma só vez,

eu falaria, firme (mas) sem pressa :

"quem quero comigo não é mais essa;

por isso, desistamos dessa insensatez!"

Se ele me obedecesse, sem condições,

eu falaria pra essa criança :

"para nós ainda há esperança,

desde que sejam novas, as nossas emoções!"

Se ele me obedecesse, feito um filho,

eu falaria, assim como pai :

"põe roupa...escova os dentes...vai!...

pois, já terminamos o nosso longo exílio!"

Se ele me obedecesse, uma vez só,

eu falaria, uma vez, também :

"você não pertence mais a ninguém;

e, assim como veio, volte para o pó!"

Se ele me obedecesse (não obedece!),

eu falaria , de dedo em riste :

"você não pode ser, assim, tão triste;

pois, é a sua tristeza quem me entristece!"

Se ele me obedecesse, feito vassalo,

eu falaria (chicote na mão!):

"livremos o escravo-coração,

dessa saudade que só sabe chicoteá-lo!"

Se ele me obedecesse...ah, meu Senhor!...

perdão!...mas nada iria falar!...

pois, estou aprendendo a amar...

um obediente à pureza do amor.

25-08-2013

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 27/08/2013
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