Vento Minuano do Amor
Vem do oeste
Esta voz quão eloquente, melodia
De inventar balés pelos arvoredos,
Fazendo o trigal deitar-se ao leito da terra
Como a flor n’um ninho de ardor!
Sua canção vagueia
Pelas coxilhas do sul, invernadas, ais...
Pelas planícies do oriente, cortante,
De cortar até a alma nos meses de agosto,
Quando a silhueta abra-se ao corpo torpor!
Dizem que seu uivo
São os gritos dos farrapos pela revolução
Por estes pagos do Rio Grande, d’onde a beleza
Também divaga em poesia, prenda minha,
Sobre o aconchego do traço, do beijo amar!
Reza a lenda que sua fortidão assoviando
Purifica todos os males da chama, do cálice
Em chamas pelo âmago, pelo tênue mistério
A ser descoberto no sopro de paixão, de amor
Da brisa quente navegante, nascente coração!
26/08/2013
Porto Alegre - RS