Numa noite
Numa noite...
há muito tempo atrás...
noite estrelada
e amena de julho;
numa rua tranqüila,
na calçada deserta,
um jovem par
de mãos dadas, sonhava!
A lua olhavam
e nada diziam...
falar para que?
Os olhos falavam,
as mãos transmitiam,
o coração sentia!
O mundo era imenso
e o céu infinito!
Tudo tão belo,
tão grande,
tão puro!
Sorrisos enchendo
a noite estrelada;
estrelas brilhando
no infinito do amor!
Olhos se olhando...
mãos apertadas;
bocas sorrindo,
juras trocando.
Estrelas que vem
o nascer do amor!
Era tudo beleza,
em festa a natureza;
raios de lua,
a terra a iluminar.
E na rua tranqüila,
na calçada deserta,
havia uma festa
de sons e de cores.
Uma festa invisível
só de nós dois;
um canto alegre
existia no ar;
tudo tão doce
com risos e flores,
para alegrar
o amor de nós dois!
Você que chegava
e eu esperava...
você que partia,
enquanto eu sofria!
Sonhos e planos.
Planos de dois
e a esperança
de sermos um só!
Em nossa volta,
nada existia;
só nós dois,
perdidos no mundo.
Um mundo tão grande,
imenso, de todos;
mundo tão pequenino
só de nós dois!
De sonhos e planos,
risos e flores;
mãos apertadas;
olhos nos olhos.
De tanta ternura,
festa de amor,
ficou nosso beijo...
primeiro beijo de amor!
Daize Dorça - SP, 03/05/1980.