NAS CARTAS QUE NAO TE ESCREVI
Nas cartas que não te escrevi estavam meus versos
Sem rimas sem lirismos e nada complexos
Mas eram meus versos
Nas cartas que não te escrevi estavam meus sonhos
Noite após noite nascidos de meu cérebro obsecado
Nas cartas que não te escrevi eu desenhei meus desejos
Puramente primais
Meramente animais...
Selvagens...
E ainda sim tão doces...
E tão teus...
Nas cartas que não te escrevi eu escondi minhas dores
Camuflei minhas magoas
Disfarcei as tristezas em cada linha sorridente
Dissimulei meu mundo
Nas cartas que não te escrevi eu fui todo arco ires
Sem cinzas... Sem tons negros
Sem trevas...
Nas cartas que não te escrevi eu não esqueci jamais o teu nome
Escrito com mera tinta em papel parece tão pouco
Gravado a ferro e fogo eterno em meu coração ele e tão forte
Nas cartas que não te escrevi não neguei nenhum sentimento
Falei do medo
Falei da raiva
Falei da saudade
Falei da urgência
Derramei minhas lagrimas
Nas cartas que não te escrevi eu fiz todas as declarações de amor do mundo
Eu fui Romeu como Shakespeare jamais desconfiou
Eu fui mais Lancelot do que Guinevere alguma jamais teve
E fui mais Orfeu do que qualquer Eurídice conheceu
Nas cartas que não te escrevi eu colei os selos com beijos
Eu escrevi com a cursiva letra do amor
Eu tive a caligrafia celeste dos anjos
Nas cartas que não te escrevi... eu só soube amar você.
Nas cartas que ainda vou te escrever...
Eu sei...
Terei ainda mais a dar.
Para Patricia que não me viu escrever seu nome...mas tenho certeza conhese a força deste amor.