MEGAFONE
consigo enxergar Céu e Inferno
nas sombras dos passantes,
nos semelhantes a elite e o submundo
dividem a mesma face
não tenho a quem dar amor
por isso uivo no megafone
versos que amedrontam os loucos
e danço mastigando carne e sangue
no meio dos carros que deixam maior a cidade
enterro os mortos do sonho ruim no jardim
e termino mais um dia sem você
o que prova: a recompensa pela entrega é inútil
como saber na Terra: sagrado é desdenhar e nada mais