PEQUENO GRANDE POEMA DE AMOR . . .
ah, se eu te pudesse
cantar todos os versos,
te encontrar
em cada um deles,
e te contar
todos os textos
ainda guardados, aqui,
no meu peito,
no ardente coração...
não é a razão
que os produz;
não é o escrever
fácil e corrente;
não são as memórias,
tímidas e guardadas,
nem as lembranças,
nem os sonhos,
nem os desejos
encharcados de prazer
não gozados;
nem a tua sombra
seguindo os meus passos;
nem os meus passos
atrás de teus rastros...
mas é senti-los
-- os sentimentos --
palpitando vesgos e loucos,
e, aos poucos,
trêmulos, descompassados,
querendo emergir
de mim, repontar,
afinal e enfim,
como outro corpo,
afogado em mar de amor,
de quem sente
e sofre a dor
de amor de tanto amar!
(Tadeu Paulo - 10/4/2007)