Saciedade

Minha voz é leito macio,

água que escorre suave

deslizante margem de rio,

quando indago sua boca

e, sem restrição

seu nome, sem pressa

pronuncio.

Seus olhos braseiros atentos

são densos além, da concepção

réstia de sol adentrando a janela,

primeira manhã

do novo verão.

Lábios inebriantes

qual cálice de vinho

alheios à sombra

fatal realidade

sublime silêncio

e depois desse tempo,

resta de nós

só saciedade

AndreaCristina Lopes
Enviado por AndreaCristina Lopes em 23/08/2005
Reeditado em 23/11/2010
Código do texto: T44476
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