Poema 0418 - Meus passos

Vou anotar cada letra que desenhei na terra vermelha onde adormeci,

cada palavra, cada nome que passou e levou um pouco de amor,

deixarei no esquecimento todos os falsos amores, menos um, o meu,

não fui dedicado o bastante para amar e nem ao menos desejado.

Meus passos desenharam uma longa estrada,

as marcas ainda estão recentes no chão da minha alma,

tentei alcançar o ponto mais alto do céu,

não encontrei ninguém, apenas não estava, nem o amor.

Tentei apagar os passos que tatuaram no meu peito fraco,

caminhei em direções contrárias ao que a vida determinou,

cortei com navalha algumas falsas paixões, julguei e condenei,

ditei o tempo para amar e morri, muitas vezes matei meus amores.

Meu corpo mostra o cansaço destas tantas procuras,

jurei que jamais pediria ajuda a algum deus,

tenho que entender que não sei amar ou não sabem,

voltarei inteiro destes pesadelos os quais um dia foram sonhos.

Noite passada fez frio em mim, até houve um pouco de chuva,

nos telhados da minha vida pouca proteção, apenas um desejo,

as janelas permanecem abertas, meus olhos, agora secos de sal,

talvez um dia o corpo seja palco de uma apresentação sem censuras.

Deixo acesa a fogueira bem em frente à porta da minha casa,

externo alguns sentimentos, ora bons, ora de arrependimentos,

entrelaço meus braços, dedos e mais nada, preciso de um coração,

volto ao meu silêncio, volto os ponteiros do tempo, não sei até quando...

23/08/2005

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 23/08/2005
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