Era Outono ...
Era outono, fins de abril
Dos plátanos, seres de mil anos,
Caem as primeiras folhas.
Ao chão, amarelecidas,
Criam um encanto especial.
Aos sete mil, quatrocentos e noventa
E oito anos da Era Alexandrina,
Duzentos e oito anos do calendário positivista
De Augusto Comte (a Revolução Francesa),
Trinta e cinco anos da primeira
Viagem ao Cosmos,
No mármore,
Juparaná, tampo de mesa,
Minha mão esquerda
Sobre a tua mão direita
E logo depois ...
A tua sobre a minha mão.
Que carinho ...! Alma enlevada,
Espírito vibrante, emoção ...!
Por outro pensamento, talvez,
Logo quebraste a magia.
Retiraste da minha
A tua mão.
Fugaz momento que registro,
Querendo prendê-lo para sempre
Amor (que afinal não chegaste a ser)
E que agora sei ... jamais serás!
Era outono ...