A ÚLTIMA ESTAÇÃO
A poesia era a sua alma
Morria...
Lentamente agonizava
Morria sozinha em dias e noites
Vazia.. fria.. pálida...
Assistindo o outono despindo as
árvores
Assistindo o céu partindo, os sonhos
adormecendo
O silêncio lhe cobrindo
Eram lâminas que a dilaceravam
Cada ferida aberta sangrava e sangrava
presenteando a madrugada
Não chorou o fim
Nao se importava mais
Não enviou convites
Deitou-se ali sobre um alvo lençol
Nao precisava mais de um manto
para lhe aquecer
Nem queria apressar as horas
Saboreava assim a sua ultima poesia
Lembrando que houve um céu azul
Uma casinha branca na colina
Uma floresta de encantos
coisas que se perdiam nos
delírios de sua fantasia
Fechou os olhos e esperou...
Não viria a ela o resgate
Não havia salva vidas
Não ouviria a última canção
Aquele cenário lhe negava até mesmo
as flores
Seu coração batia, ainda que por um fio...
O coração da poesia.