Me cansa teu amor!
Sua extrema dualidade agora me cansa!
por uma película de distância, insiste em não romper
o véu de mistérios que o circundam
porque há um escudo sobre teu ego
que te faz imóvel, insistentemente sem as cores
que focas, graciosamente nas fotografias;
se de uma lado a delicadeza sensível da nobreza
de outro, a mais previsível frigidez dos homens
mas o teu amor é uma imagem oculta
artificialmente bela, no quadro estático
de uma apartamento qualquer, dentre tantos
arranha-céus, na mesma autoafirmação dos
colecionadores de glórias e merecedores do tédio.
Me cansa tua birra, tua barba, teu olhar hermético.
sejamos livres e sinceros com nós mesmos, antes de tudo;
depois da paixão, o cansaço de carregar pesos inúteis...
Acreditas em que Amor, para a mudança radical do mundo?
existe amor nas grandes invenções, existe amor nas máquinas?