Além do Paraíso

Nada é aleatório ou inconsequênte.

Nada é eloquênte ou incontestável.

Nada é mais belo ou comparável.

Nada...

Nada me faz delirar

ou sussurrar palavras ao vento,

além do alento à beira da utopia ou da loucura

de ver-te aqui, de ser-te aqui

como parte estonteante desta paisagem...

Miragem.

E você, colírio dos deuses,

enaltecida aqui pela natureza

de beleza singela e graciosa presença

como parte de uma tela que me cansa admirar.

Pasmo ao me ver tranquilo.

Pasmo ao me ver calado,

sem nada esperar,

como se a paz fosse uma coisa normal,

como se o amor não transformasse o ódio

e o tédio de outrora havido

fossem nuvens desfazendo-se o nublar

no clarear d'aurora.

Nada é definitivo ou marginal.

Nada tem seu preço de haver.

Ter-te ou não ter-te,porém,

te deixa aquém do imaginável,

nos deixa além do inconcebível:

Admirável Ser.

- À Maxaranguape, meu paraíso norte rio grandense.

Júlio Amorim
Enviado por Júlio Amorim em 19/08/2013
Reeditado em 10/09/2013
Código do texto: T4441330
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