Se eu me permitisse, o conforto do juízo;
Acenderia o charuto rotundo que me dás,
E ficaria, segundos, olhando para o nada,
Na fumaça que evolui!
Porem, não temas, eu sou sempre; partindo...
Sou sempre, embebendo...
e Beberei num ultimo e lento gole;
O copo amargurado de secura doce,
Do vinho emcorpado que me serves.
Olharei em volta, como quem procura
O obvio de minha vida sem solução,
E sairei, rua afora, para a solidão!
Por certo, eu caminharei embargado pelo tédio
Sem céu, sem sofreguidão;
Sem ouvir a voz que ainda soa em meu coração.
Falta me tempo, um tempo que seja precioso; preciso!
Sem precisões obvias;
Se eu o tivesse; não o perderia,
roendo unhas, cuspindo injurias,
Ah! Eu deitaria nas ondas soltas do mar e voltava para algum lugar
No além tempo, voltaria para um estado de esperança e poesia
Se eu pudesse; choraria, olhando para as sombras do passado
Mas, estou seco, estou olhando de fora!
O outro que vive!
Quantos eu sou, quantos eu fui, quantos morrerão comigo?
Alarde não se faça!
A vida...
É tão somente uma vaga, num mar inteiro!
Navios passam, portos ficam, memorias são prisões
Saudades, amores, cinzas e tinteiro!
Paixão que são!
Poesia que não!
É final de inverno, no dizer dos que são do mar! É tempo ruim... O tempo logo vira e com ele o mar, que logo fica grosso e emborca e naufraga, desde bote atém navio. O poeta,por escolha e bem aventurança. Mora aqui perto do mar, assim como toda gente, desta vila que vive do mar. Noutro dia, logo cedo, sairam mar afora, três homens, ainda meninos, deixaram mães, esposas, filha. Não voltaram... e não voltarão, estão agora encantados... São doutra especie são tritãos, homens sem corpo, de alma marinha; vivendo na memória de suas mães e namoradas, sorvendo lagrimas, poetizando as marés. O mar permanece rugindo e quebrando... quebrando...