Paradoxo, amar?
Paradoxo, amar?
Habito o tempo, o momento, e as horas,
e apenas sinto e sinto...
o esvanecer dos propósitos,
os gestos amordaçados e os gritos,
os braços ao abraçar num rito.
O inenarrável silêncio proposto
estrangulado, inexequível,
no momento, no vácuo,
expresso em meu rosto.
Apenas a tua voz
dá a vida, a sombra,
no crepúsculo,
na tarde emoldurada de cheiros,
misturadas na folhagem e em nós.
Existe uma nudez desabitada
por fora da vida,
tantas palavras pra dizer,
tanto gesto apontando,
tanto calor! Tanto para dar!
Tanto amor acordando.
Lakshmi
(L.T.)