CORPOS ACESOS
Bendita alegria
que decompomos em mil sóis,
sótãos desmedidos;
que compomos em neurônios
desconexos, sexos, nexos;
que tem marca em nossos
músculos
minúsculos, maiúsculos
místico copo
surto indefinido
– urdido –
alumbramento.
Bendita alegria alegoria
álgida algébrica, onde
a vida é gama e não beta,
nem delta,
o ípsilon fonema no ouvido,
a mordida
– do(í)da –
na orelha, que não é
corpo, copo, canção;
bendita extrema unção
– ávida –
há/vida.
Do livro O SÓTÃO DO MISTÉRIO. Porto Alegre: Sul-Americana, 1992, p. 79.
http://www.recantodasletras.com.br/poesiasdeamor/44342