O tempo
Pelo tempo que passou
E aquele que há de vir
Que por si só se apagou
Ou que deixamos sucumbir...
Só pelo tempo é que vivemos
Para que passe ou que sejamos passageiros
Mesmo sem agir, mesmo que só observemos
Incapazes de sentir seus tons tão desordeiros...
O tempo tortura e também remedia
Anula, destrói, eterniza
Nos faz sentir tamanha agonia
Revela amor e a dor ameniza...
Deixamos rastros por todo o caminho
E de nós só restarão as memórias
Sara o dedo ferido pelo espinho
Das flores deixa o perfume, as histórias...
Somos dele e ele é nosso
Às vezes carrasco e derradeiro
Contar as marcas já nem sei se posso
Seu registro em mim foi certeiro...
Janaina Lúcia Alves