Livre da dor

Quem será de fato meu carrasco

Aquele que fere minha pela com chibatadas

Ou quem faz agonizar minh’alma com palavras?

Será mesmo alguém que eu possa ver

Ou que se esconde por de trás do sofrer

Usando a máscara do amor para camuflar o que o olhar esboça?

Virá tal criatura enrolada no tempo

Pra sugar-me as passadas, abrir ferimento

Ou sou eu quem a cria para meu próprio contentamento?

Quem será de fato meu carrasco

Se não eu mesma traindo meus princípios com pudores que nem tenho

Por paixões às quais não anseio e fobias às quais botei arreio?

De quem serei escrava agora se mandei os fantasmas embora

Se tranquei a solidão bem longe, lá fora?

O que farei livre das correntes que perpetuavam meus medos

Imbuídos nas mágoas de que nem me lembro agora?

JanaAlves
Enviado por JanaAlves em 13/08/2013
Código do texto: T4433097
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