IMPORTA-SE DE VOLTAR?

Ao pôr-do-sol, ela surgiu repentina e subtil

Tão pálida e consumida pela solidão, abraçou-me

Confiei e agasalhei de esperança seu coração frágil

Declarando vida e luz, sua boca quis e beijou-me

Em mim, a cientista de amor desvendou segredos

Com cujos mistérios de imediato se encantou

E aí seu efémero reino de acácias cristalinas plantou

Mas quando a noite veio, provei seus mitos ledos

Agora, vivo num imaginário de sonhos

Que me impele a pintar sua sombra na lembrança

Com o mesmo pincel da cor do amor que avança

Sem hesitar em minutos de despedida tristonhos

Vai e só admito tua volta e só para voar

Desafiar o voo da borboleta sobre o Atlântico

E se houver tempo fundearmos perto do Árctico

Onde, em seu divinizado corpo, escreverei só amar.

Lilongwe (Malawi), 10/08/2013.

Nkazevy
Enviado por Nkazevy em 10/08/2013
Reeditado em 10/08/2013
Código do texto: T4428541
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