juramento
Te gosto tanto, e sinto desgosto por sentir isso.
Um amigo disse “sorte de quem sabe gostar de alguém”, que sorte é essa, que eu preciso arremessá-la, jogar aonde eu saiba que nunca mais vou encontrar.
Por que eu hei de querer algo que não é meu? Tu não és de ninguém, és do mundo, do teu mundo vadio, aonde não há espaço sequer para a minha alma viver, viver em ti.
Tens o gosto do desgosto. Pegue as nossas lembranças e faças assim como eu, jogue-as no lixo, onde não as encontres mais. Carregue todas as tuas poesias e as tuas mentiras e simplesmente me esqueça. Coloque tudo num lugar chamado esquecimento do teu eu. Finjas comigo meu caro, que sequer nos conhecemos, e que não significamos absolutamente nada um para o outro.
Eu te juro, esta noite farei o mesmo. Vá beijar quantas bocas quiseres, se perca por aí, mais não me encontre nunca mais...e o meu pertence que contigo está, seja sábio, e junte com tudo que sobrou de nós e se desfaça. Eu me desfaço nestas palavras de ti, nem o teu nome eu quero lembrar, porque te associo a dor...
Vá, mais se vá agora, escolha outro caminho, volte para o seu mundo, para sua vida que você mesmo diz ser solitária, e triste, vá embora. Mas não me encontre mais, eu preciso esquecer você, que causastes a mesma dor que eu já havia sentido antes, reabriu feridas, e entristeceu meu peito, e me vi assim, tão só quanto você.
Carregue as tuas dores, que eu te prometo, juro que te esqueço. Quero acordar e dizer: O que é o gosto da menta? o que é a poesia? o que é a paixão? o que é a dor? o que é ter alguém que te faz bem e que se percebe que ele tem medo de viver?
Por favor, mais que seja agora, antes do anoitecer, para que eu não sinta nenhum remorso, me esqueça, que eu juro, juro que te esqueço!