Lâmina
No fogo lento da tua boca
ainda escorre a lascívia da antiga luta.
Uivam os que na serra trazem o luar nos gestos
e espadas prontas a ferir
os corpos num serôdio tempo exausto.
Ainda podemos florir.
Ainda nos buscamos para lá dos tormentos
na sede presa dos sexos
e ainda beijo a tua imobilidade na cinza dos sentidos.
Ainda com esperança respiro o teu silêncio.
Ainda espero.