ÊXTASE
(Sócrates Di Lima)
Vinde, pois, a mim,
Os aromas dos campos de girassóis,
E de cada jardim,
A suavidade dos lençóis.
E me cubram no veludo de uma pétala,
Dá-me de beber do orvalho do lirio,
E que eu suspire de amor por ela,
Na distância que minha saudade em martírio.
Toma-me o mar em sabedoria,
Salga minha boca no sal de uma lágrima,
Que a saudade faz com a poesia,
Trêmulos desejos que me acalma.
E assim deixo-me submergir dos meus sabores,
Ao deleite do prazer de ser amado,
Cubra-me no ninho vermelhas flores,
E defaleça-me no êxtase inacabado.
E quando o amor me tocar em realidade,
Sentir a boca gemer no tremor dos lábios,
A carne tremer no calor da voluptuosidade,
Gritar em versos o amor dos sábios.
Vinde a mim, mãos que acalentam,
Trafegam no corpo suado e fogoso,
Faz içar erecto e sólido os desejos que clamam,
Na madrugada fria do abraço caloroso.
Bendito o amor,
Benevolente a ansiedade,
Externa todo o clamor,
Do desejo sólido de uma saudade.
Que em gotas dos olhos escorrem
E inundam o lago aberto no peito imuno,
Onde a lua descansa os olhos de sua imagem,
E banha a alma no sereno noturno.
...E canta minha saudade em êxtase,
Nos prazeres que o amor faz valer,
E a realidade próxima intensifica esta fase,
De conciliação com ela nesse doce viver.
Sigam-me os pensamentos de agora,
No querer ouvir a voz que me alicia,
Para que não mais vá-se embora,
E nem deixe de exaltar a poesia.
E assim se extasie o amor em cada um de nós,
Parpetuando os desejos em todos os anais,
que em um toque mágico nos una em cada voz,
Fazendo valer o amor presente em êxtase cada vez mais.
E quando soar o clarim da boa nova,
Banhando nossas almas em leveza santa,
Una esse amor meu e dela em laço que se renova,
No Êxtase do sempre amar a cada dia que se levanta.