Noite Madrigal

Púrpura, é a cor do céu neste anoitecer

D’onde raia aquele olhar em versejos,

Quase um poente beijando as águas

Espelhando em letra e melodia

Novelos cruzando-se em harmonia!

Do nada, abrem-se as janelas

Adentram em frenesi as pétalas

Cobrindo de carmim o branco dos lençóis,

As teias de um momento romanesco

Já aberto em poesia, no tarô, na mitologia!

Em maestrias novelescas

Nasceu à noite o verbo de conjugar

Pelo leito de afagos, ébrios carícias, opus,

Luzes que alumiam a pele, o beijo etéreo

Sacro de lábio e boca por cantigas e operetas

Do além paixão, em versos bebendo o amor!

Da chama incandescente das velas

O teor da melancolia em lamentos únicos,

Divino como um jardim de jasmim

Soltando-se em perfume insanos, enfim,

Chegou a madrugada em valsas madrigal!

04/07/2013

Porto Alegre - RS