CARTAS EM PEDAÇOS

Poeira dos caminhos pelos ventos,
Espalhando cartas velhas em pedaços,

Escritas por um poeta já velho e lento:
Restos de lembrança, saudade e cansaço.

Noturno e longe um trem apita seu lamento,
Levando um amor em fuga de meus braços,
Perde-se na curva, desta vida, fugaz momento,
Ergo os olhos à sua imagem, a todos os traços.

Poeira de estrelas em tempos mais risonhos,
Confusa fumaça, qual  neve fria e tristonha,
Ao relembrar o calor daquele amor-verdade!

O dia em que teu castanho olhar me fitou,
Em nossas bocas úmidas o amor extravasou...
Não foi apenas um momento, foi toda a eternidade...





 
Mauro Martins Santos
Enviado por Mauro Martins Santos em 03/08/2013
Reeditado em 03/08/2013
Código do texto: T4418365
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