MATINAL

(Sócrates Di Lima)

Úbere a minha vontade,

Que fez-me mergulhar em amona,

Solerte minha alma ousa na saudade,

Buscar o abraço de minha dona.

E ao abrir a minha janela,

Nesta manhã de todo dia,

Sinto-me abraçado por ela,

Nesta saudade de poesia.

E voluntariamente volvo minha face ao afago,

Das mãos em brisa que a manhã traz,

Como que em goles a saudade trago,

E meu coração carente dela se faz.

Fecho os olhos por um instante,

E meu peito aperta nestas saudades,

Uma vontade extenuante,

Lamenta a distância das cidades.

Ouço a sua voz acordante,

Ainda, sonolenta,

E meu peito ofegante,

Mais de vontade, aumenta.

Quisera ter asas para voar,

Salta desta janela...

E neste tom matinal voo levantar,

E pousar nos braços dela.

Abraçá-la igual ao primeiro ou último abraço,

Aquele que tira o fôlego final,

Profundamente fitá-la neste laço,

E insamente entregarmos ao nosso amor matinal.

-----------------------------------------------------------------

(Úbere = fecundo)

(Amona = efêmero mergulho de cabeça)

(Solerte = astuto, sagar, que tem sabedoria)

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 02/08/2013
Reeditado em 04/08/2013
Código do texto: T4416013
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.