Amante Ardente
Ainda posso ver ao olhar pra você
A lágrima morta que um dia chorastes por mim
Desmaiada em sua tez delirante, onde a morte já se anuncia.
E o corpo lânguido e agonizante clama por mim
Pobre alma que a dor consola
Agarrada a uma fagulha de esperança
Entrega a vida ao passar da aurora
Condenada a infeliz mendigança
Não te cansas de olhar esse retrato?
Uma voz curiosa pergunta...
Não, não me canso...Respondes
Sua face é tão doce, sua alma tão linda
E as esquálidas mãozinhas se agarram tremulas
Ao beijo último do inflamado amante
Nada te dei, ele disse...
Mas teu amor vale mais que diamante
E diante dos olhos mesquinhos
Que agora me olham e padecem
Agonizo morro e definho
Espero apenas que a morte me leve