SOMOS COMO A NOITE E O DIA
Há um Sol
e uma Lua
disputando o espaço;
são os ventos das mudanças.
Uma presa no anzol
e uma pervertida nua
trocando os pedaços
que restaram das alianças.
Quem sabe
o que será o que será, no final?
Talvez se acabe
e se transforme em uma contemporaneidade vaginal.
Se seremos as duas partes
do todo do Cosmo,
com a força de duas mentes
unidas em uma alma:
nossa música,
o ilusionismo
gravado em pedra por nossas mãos?
Ou se sentiremos a calma
de um falso otimismo,
de um triste tratado
sobre algo como dois irmãos,
que se conhecem desde antes
de seus mundos começarem a ser inventados?