NADA ADIANTOU
Vi borboletas beijando girassóis,
mariposas rodeando estonteadas pela
luz das lâmpadas, as espumas graciosas
na curva da praia.
Não vi minhas pegadas na areia do mar,
as fragatas não vieram me saudar com
seu gorjear estridente, não vi nenhuma
embarcação desaparecendo lá no horizonte.
Faz algum tempo que você presenciou
pela vez primeira as minhas lágrimas,
as que vieram depois não cativaram o seu
espírito, ainda que em seu constante cascatear.
Encharquei muitos lenços com lágrimas
hoje ainda ensopados, senti minhas mãos
acenando para o nada, minhas esperanças se
fragmentando e a vida de mim se ocultando.
Se vi ou não, nada modificou a minha vida,
continuo com a mesma direção até hoje, mesmo
açoitando em rumo talvez até para chegar ao vago,
onde o flagelo irá afligir muito mais a minha alma.