Goela abaixo

Então meu amigo
Para me enfartar que seja assim
Gota à gota escorrer-me o rosto
Termine o que a bebida há de se acabar em mim.

Sim eu bebo doses e doses
Para ocultar o que sinto
E se beber é o caminho
Fujo do imaginável para o meu abismo

Que luta é essa que travo com meu eu
Horas fico estagnado, outrora revejo o que se perdeu.
Dos sonhos que acreditei
Força do que não é meu

Um maço de alívios instantes de cura
Esta imensa vontade de secar
O belo que ainda existe teimar
Este peito cercado de nós, atado de amarguras

Uma mão que se estende segura
Ao meu peito se estender do realismo
Sangra-te peito doído
No mar que tento em vão suicidar

Que braçadas o tempo me causa
Enfia-me o gosto amargo da vida
Como sapo à boca que desce goela abaixo
Realmente, neste confuso mundo é o ponto que me encaixo.
Longânimo
Enviado por Longânimo em 23/07/2013
Código do texto: T4400329
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