Doce Melancolia

Já ouço a melodia dos passos

Entre as pétalas pelo chão marejadas,

A geada as cobre orvalhando,

Criando aos olhos uma beleza singular,

Incomum ao verso que na folha deleita-se!

Céu acinzentado, lareira em chamas,

Pele em roupagem de amar pela estação

Da nevoa fria, da meia-luz natural,

Quebrando o silêncio, reagindo à chama

Da tocha acesa ao sentir... Ah, doce melancolia!

A lua mesmo encoberta emoldura-se

Surgindo como testemunha linda e flutuante

No cantar da canção navegante dos traços,

Desnudos em raros lamentos dos veios úmidos,

Embriagados, tatuando-se ao semear, ao beijar!

Enfim, ouve-se só o bater do coração

Mesclando-se ao silente, ao falar calado

Dos lábios inebriados de amar, de chorar pel’alma

Pintando de aquarela a madrugada, o elo,

A oração que deu-se em etéreos sussurros!

19/07/2013

Porto Alegre - RS