ENQUANTO É VERÃO
Quando o amor é noite escura;
Aquele que ama aguarda a luz do dia.
A frieza da madrugada pode de ti roubar a namorada e te causar agonia.
Mas, quando alguém ama, e ama mesmo, seja noite, tarde, manhã, ou ao sol quente do meio dia; nada é diferente; seus olhos olham para mais além.
Sim, diz o apaixonado, embriagado de ternuras e sonhos que não fenecem: Há alguém!
O coração ocupado não tem espaço para a lâmina de aço do ressentimento; sempre há uma luz que mostra o jeito.
Pois, se o cimento duro se parte e se desfaz pela força da insistente água: Pingos persistentes de chuvas muitas! Aquele que ama acredita – há um rio, então, há um caminho, um leito de águas que correm e jamais se cansam!
Amar é preciso, para saber perdoar!
Perdoar é preciso para que o amor não fique aquém da margem do ribeiro.
Ah, como queria ser teu herdeiro!
Ah, como queria ser uma raiz próxima a ti!
Uma nuvem no céu escureceu a cidade, vi no espelho as marcas da idade.
Será que choverá amanhã?
Será que fará sol?
O que será?
A alma que ama sempre espera o melhor; sim, acredita!
Ela persiste, não desiste!
Afinal, um rio só para na represa enquanto é verão...