MUNDO ABISMAL

Mísero fado que me conduz à laje sepulcral,

Que este meu corpo um dia há de descansar,

Tantas foram as amarguras... mundo abissal!

Ah, verdugos! Sois fonte de todo meu penar.

Açoites... tudo foi o que recebi desta vida,

Nos gritos de dor, ninguém me veio abraçar,

Viajante da agonia, mas de têmpera renhida,

Fatalidade histórica! Uma sentença a expiar!

Oníricos projetos que tanto fiz para o mundo,

No afã em ser útil, e a minha vida entregar,

Tal foi a ironia com o seu entrave furibundo,

Subtraiu o desejo, entregando-me ao pesar,

Império da desgraça! Meu ser errabundo...

Desgostos reles... eu nunca vou proclamar!