Fazenda Amor
Pelos desejos d’alma
Já é quase madrugada em cetim
Entre os palcos da vida, velos solidão,
Risca no céu a cadente estrela, mel
No olhar, no beijo afagar!
Lá, no horizonte a lua em frenesi
Anuncia-se em seu pôr raiando em versos
O véu desnudando o corpo à flor da pele,
D’onde a magia se debruça nos lençóis
Fantasiando cada suspiro... Vil, sons do sentir!
Pela parede nua, as sombras
Brincam ao sabor da penumbra, da brisa
Fazendo os cantores do vento brilharem
Como a íris reluzindo em milagres etéreos,
Segredos dos bordões do âmago!
E a roca dos sonhos não para de rodar
Poetando em novelos todo avesso
Do corpo jus, sedução, quimera
Sobre seio ainda velado em negra renda, xale,
Fazenda amor, paixão, sussurros ao amanhecer!
17/07/2013
Porto Alegre - RS