Vida a dois (depois)

Lembro-me de você

Seu sorriso ao ver minhas palhaçadas

Ajeitando a alça do soutien por baixo da camisa amarrotada.

Lembro da névoa emoldurando o quadro que era você numa manhã de céu azulado

Vento frio, café na mão e corpo agasalhado.

Lembro-me de nós dois debruçados na cerca

Vendo cavalos, você apontava o Branco e eu, o Malhado.

E a égua gritando pelo potro com tom de dezesperado?

Dias de vida

Dias de amor

Hoje estamos nós, mãos enrugadas ainda dadas.

Com o vigor do amor à flor da pele,

Os beijos roubados, agora são compartilhados.

Em nossas faces, as marcas das histórias contadas.

Somos eu e você, como sempre imaginei

Seus olhos ainda brilham

Refletem o brilho dos meus

O nosso beijo quente

Mesmo que agora menos ardente

Desperta em mim o mesmo desejo

De que este momento seja para sempre

Deus, sabe o quanto te amei

E o quanto ainda te amo.

Foram-se muitos, muitos anos.

Já chegamos aos oitenta,

Juntos, já são mais de sessenta.

Ah, meu Amor, como te prometi na juventude

Para sempre te amarei e, agora na plenitude,

Esse amor único, Esse louco querer,

Me faz viver e me entregar ao seu bel-prazer.

Marcelo Catunda (17/07/2013)

Marcelo I Catunda
Enviado por Marcelo I Catunda em 17/07/2013
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