Noite anunciada

O dia que se anuncia

pelos reflexos da madrugada

revela-me a face enrugada

como o corpo que carrego

Faço-me de louca

fugindo dos silêncios

Finjo-me de surda

Fugindo dos gritos

Dos gritos estridentes

da paixão escondida,

perdida entre paixões esquecidas

que se refugiam em mim

Faço-me de louca,

levanto os braços

sem suplicar,

e abraço o infinito

A razão tolhe-me,

afasta-me da compreensão

do infinito, do universo

que já não faz sentido

Morre com a claridade do dia

a noite anunciada.

Estremece a paixão no silêncio

denunciando as cinzas que restaram.

Aziul
Enviado por Aziul em 17/07/2013
Código do texto: T4390758
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