Ausência

A imagem na escuridão não pude ver,

Mas senti o gosto assustador da ausência.

Não pude me virar, pois fiquei congelado pelo

Gélido sentimento angustiado que ali presenciava.

Meus olhos calados, impávidos por causa da presença constante da tua falta.

Perseguiam as na minha mente pelo sentimento saudoso de sua imagem.

Noutrora num grito brilhante, noutrora um silencio opaco.

Castas mundas, frios imundos, pávidos amanhecer.

De minha alma constante, vivia o amanha,

Hoje morto, o amanha quer ressuscitar.

Porem, o pesado semblante do ontem sufoca o porvir.

Muitos meios de buscar o futuro certifiquei,

No amanhecer do presente, o anoitecer do futuro se cala.

Pertencer a morte a vida deseja, sabendo que seu gosto é inócuo.

Constantes buscas mentais, caminhos sem fim, meios afins, alçado na rusga do amanha tentado.

Palavras que o vento levou, e que a brisa pousou suavemente com uma tormenta em meu ser.

Na constância das escavações das palavras para o encontro do ouro, prata, ferro, cobre me vem.

Do ouro só a lembrança está.

Apenas palavras, muitas palavras, imensas palavras...

porém inaptas para divulgar a imagem de uma perspectiva futura passada.

Quem sabe poderia te dizer o quanto me falta para completar-me a mim mesmo.

Assim, dizer-te o quanto não sei do que talvez nunca soubesse.

Apenas sentindo.