Âmago dor, Amor
Há uma centelha
Entre a vela e o breu alumiando
A meia-luz o corpo movendo-se pelo papel,
Prata como o luar vindo das nuvens
Abrindo-se ao brinde, ao lábio carmesim!
Feito uma lágrima cingindo a face
Ao encontro do peito despindo-se
Em lamentos, em doces dores oriundas d’alma,
Do verso rogando um abraço, um traço traçado
Pelo ocaso que trouxe a noite ao jubilar!
Cores e sabores mesclam-se
Nas estrofes da estação do chão de giz,
Pelo ardor do candeeiro poetando em labaredas,
Criando e citando dançares nostálgicos,
Misteriosos como o véu cobrindo a cidade!
Oh, pulse corda maior do coração!
Pulse em divagares plácidos, em lírios dourados
Esvoaçando por ecos e sussurros da organza
Que cobre o seio, o colo dileto, a música de ouvir
E tocar do beijo eleito pelo âmago dor, amor!
15/07/2013
Porto Alegre - RS