Visões do tempo
É tempo de espera, tempo que não passa
Que é dissimulação, transporta a emoção
E o conceito das épocas, após o progresso.
A brisa do asfalto carrega o pó da terra
Já não posso ler palavras na tempestade
Vejo uma divindade que baila sem estação
Mudança alguma me satisfaz.
Mudar para que lugar, não há porque mudar,
Quando o momento é agora, o retrocesso
Irá me deslumbrar.
Talheres espalhados sobre a areia
Do esquecimento alimentaremos todos.
O que perseguíamos ficou no vento
Amainaremos qual ser vivo carente?
Esquecer-me faminto como posso?
Se nenhuma era se fixa no meu passado.
Obscuridade, neblina, fumaça de espuma
Mãos que levitam na busca insignificante
Têm a visão cansada de olhar o tempo
Restou somente a imperfeição
Trinca na recordação que se abre
Era que doutrina, antes de o tempo nascer.