Visões do tempo

É tempo de espera, tempo que não passa

Que é dissimulação, transporta a emoção

E o conceito das épocas, após o progresso.

A brisa do asfalto carrega o pó da terra

Já não posso ler palavras na tempestade

Vejo uma divindade que baila sem estação

Mudança alguma me satisfaz.

Mudar para que lugar, não há porque mudar,

Quando o momento é agora, o retrocesso

Irá me deslumbrar.

Talheres espalhados sobre a areia

Do esquecimento alimentaremos todos.

O que perseguíamos ficou no vento

Amainaremos qual ser vivo carente?

Esquecer-me faminto como posso?

Se nenhuma era se fixa no meu passado.

Obscuridade, neblina, fumaça de espuma

Mãos que levitam na busca insignificante

Têm a visão cansada de olhar o tempo

Restou somente a imperfeição

Trinca na recordação que se abre

Era que doutrina, antes de o tempo nascer.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 05/04/2007
Reeditado em 05/04/2007
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