Castelo de Sonhos

Sobre o pé da taça servida

Uma flor, bela, escarlate, orvalhada em prantos

Como a face deste poema ainda não escrito,

Ainda não recitado ao luar já presente dos estros

Sob o divã d’onde os longos tecidos estão!

Aos silvos das aves noturnas

Versos consistentes ao âmago encaminham-se,

Construindo em cada letra um castelo de magia,

Sedução, musica para o debruçar da estrofe

Em ébrios, vinho nos lábios!

Pelo vento que adentra pela torre

Dança o xale carmim em solitude,

Em plenitude, em ondas que beijam a areia

Grafando pseudônimos serenos em avessos,

Cantados pelo silente do céu em pérolas brancas!

Dos Açores aportou a nau

No cais das ilusões emergidas d’alma,

Em divagações consolidadas no amor!

Em luzes esvoaçantes amanhece

O abraço guardado, o sublimar da melodia

Eco do peito nu como tarô do tempo,

Abertos verbos, sentires, notas ao sol

Acariciando a flor sobre mesa, sobre o divã!

12/07/2013

Porto Alegre - RS