O Vento da Noite...
O Vento da Noite... Canta ao meu redor e canta!
Traz-me cantigas de tempos perdidos
Onde a Vida era bela e era tudo manhãs...
O Vento da Noite, perfumado, me encanta
Trazendo-me beijos há muito queridos
E agora lembranças doídas e vãs...
Malfadadas horas... Saudade dos beijos!...
Lembranças sonhadas sob alvos lençóis...
O Vento da Noite... Às vezes, tormenta,
Outras vezes, suave, quais as doces carícias
Do Amor Primeiro e da Primeira vez...
Ah! O Amor perdido... E a minh’alma lamenta
Por não ter eu vivido as imensas delícias
Da entrega total pela mi'a timidez...
Malfadadas horas... Saudade dos beijos!...
Do que não vivi sob os alvos lençóis...
O Vento da Noite me enrodilha, entorpece,
Me tomba, domina, açoita, me mata
Na aguda saudade do que já se foi...
E rodopio perdida na dor que enlouquece
Pois sofro demais sob os alvos lençóis...
O Vento da Noite corta o Céu e canta...
Gargalha! Ri ironicamente de mim e do meu amor...
- Vento dos Amantes, que os juntas e os separas:
Ainda hás de amar um dia!!
E nesse dia eu não me rirei de ti.