Tarde

Eu poderia jogar redes no ar

e esperar sua voz filtrar-se em mim!

Ouviria então,os murmúrios

da selva ocular do meu tempo

castigando a fraqueza

das têmporas maciças do meu dom!

Eu usaria as tintas a serviço dos vultos

a transformar suas linhas em versão do mundo!

Eu poderia iluminar com neon

os sentimentos que (im)portunam minhas palavras

sempre que um tempo é seu,

mas é tênue

a voz que faria do meu belo gesto

tarde demais.

Eu poderia te enlouquecer de dúvidas

com os enganos da nossa face,

e fazer do meu corpo

pedaço consciente

das pedras mundias que me descontrolam

Só para controlar!

eu poderia revistar suas células

e plantar indícios que me oriente.

Eu corromperia as horas,

os fatos e as flores

pra te fazer pensar nas águas

que enrubesceram minhas mãos gélidas

Mas eu fiz brincar com as notas

enquanto fazias ao mundo um ser

E classificam-se inousadas,

as lembranças belas

em interrompidas confissões eternas!

Que jamais vulgarizaria

a pieguice que me faz acordar

a esperança que finaliza a vida!

Bárbara Pinheiro
Enviado por Bárbara Pinheiro em 11/07/2013
Código do texto: T4382926
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