Do outro lado

É a noite que nunca me esquenta

E a morte se antecipa a aurora

E traz com ela a voz suarenta

Das loucas palavras de outrora

Estão atentos todos meus sentidos

Como se eu já não tivesse morrido

Tão obscuro é este tempo esquisito

Uma terra cheia de longos rangidos

Em todas as noites me assassina

São formas de garras afiadas confusas

A luz do luar me penetra a retina

Aonde o próprio luar faz curvas e curvas

Estou só branco e sozinho

Estou nu nesta cama sob lençóis de linho

Brancos em branca alcova pendente

A morte me leva assim de repente

Vem me buscar neste imensa neblina

É o tempo que dura este breve momento

É o fechar de uma negra cortina

E não sentir mais nenhum sentimento

alexandre montalvan
Enviado por alexandre montalvan em 11/07/2013
Reeditado em 13/02/2016
Código do texto: T4382410
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