Doentes lembranças

Fez de meus lábios uma moradia.

De meus olhos, pequenas gotas da noite do céu.

De meu corpo, a carne e a estrada pela qual se alimenta e segue.

Hoje é uma breve lembrança.

Foi voando para outros lábios.

Abandonando meu pobre eu.

Oque se passa em teu mundo?

Será que agonizo tuas noites

assim como você agoniza as minhas?

Não entende que mesmo livre pertenço-te?

Abomino-me feito criança.

Entre minhas pernas ainda teu eu.

Choro, sorrio, engasgo.

Vivo assim: Alimentando-me de doentes lembranças.

Lélia Borgo
Enviado por Lélia Borgo em 11/07/2013
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