De Cássia
Belém, 10 de julho de 2013.
Sou de Cássia, a Rita
Menina trajada de flores vinda
Do maior dos Rios
Sou de Cássia, rica
Quem dera estar mais bem vestida
Pra festa do ouro
Que trazem cavalheiros para mim
Mas eles mordem
Enfraquecem
Adoecem
Apodrecem
Levando consigo o sonho que eu tinha
De ser a senhora coberta do mais puro linho
Ou carinho
Só que passam
Amordaçam
Não abraçam
Só disfarçam
O contido pranto do pecado sem futuro
Que esvazia as almas que não dão sentido
Ao gemido
Que saudade
Da idade
Mocidade
Da vaidade
E jogada me vejo barata em pés que mal pisam
Com nojo de eu ser a hospedeira de todo asco ou mal
Animal
Abismal
Tão mortal
Mas quem dos fariseus poderia prever
Que eu mesmo assim poderia viver
Da queima, plantinha ali nascida
E se lembre, sou de Cássia, a Rita
Eu tenho nome
Sobrenome
Não mais fome
Um bom homem
Nem orgulho, nem vergonha do passado corpo
E fiz da luta a base forte da montanha do saber
Pra você
Aprender
A crescer.