ENCONTROS
O primeiro, paixão adolescente.
Cartas, encontros furtivos na figueira,
Mãos dadas, troca de olhares, nada mais...
Frutificou mais em nossas mentes
Do que de fato, no mundo real.
O segundo, este fortuito, ligeiro
Coisa de homem de dezoito anos.
Beijos, amassos e aquela vontade louca
Que restou frustrada ao som dos Creedence.
Talvez, ainda, nem fossemos adultos...
O terceiro sim, conclusivo, maduro, definitivo.
Vinte e poucos anos separam-nos dele.
Neste ínterim, vieram os filhos; um belo casal,
Momentos memoráveis, brigas e lágrimas.
É. Coisas ruins também nos ocorreram.
A faculdade, o violão, o azulão. Lembra dele?
Conquistas quase impossíveis, inesquecíveis...
O apartamento, o sítio, a família, nosso cão,
Enfim, nossa casa, a promessa de casamento.
Um enlace feliz, ainda que por concretizar-se.
Hoje, sombras fustigam nosso íntimo paraíso.
Apenas penumbras; penso, logo se dissiparão.
Ou as alumiaremos com a luz de nossa paixão.
Sombra nenhuma há de eclipsar nosso porvir,
Afinal, nosso encontro é, ou não, definitivo?