ENCONTROS

O primeiro, paixão adolescente.

Cartas, encontros furtivos na figueira,

Mãos dadas, troca de olhares, nada mais...

Frutificou mais em nossas mentes

Do que de fato, no mundo real.

O segundo, este fortuito, ligeiro

Coisa de homem de dezoito anos.

Beijos, amassos e aquela vontade louca

Que restou frustrada ao som dos Creedence.

Talvez, ainda, nem fossemos adultos...

O terceiro sim, conclusivo, maduro, definitivo.

Vinte e poucos anos separam-nos dele.

Neste ínterim, vieram os filhos; um belo casal,

Momentos memoráveis, brigas e lágrimas.

É. Coisas ruins também nos ocorreram.

A faculdade, o violão, o azulão. Lembra dele?

Conquistas quase impossíveis, inesquecíveis...

O apartamento, o sítio, a família, nosso cão,

Enfim, nossa casa, a promessa de casamento.

Um enlace feliz, ainda que por concretizar-se.

Hoje, sombras fustigam nosso íntimo paraíso.

Apenas penumbras; penso, logo se dissiparão.

Ou as alumiaremos com a luz de nossa paixão.

Sombra nenhuma há de eclipsar nosso porvir,

Afinal, nosso encontro é, ou não, definitivo?

Mallmith
Enviado por Mallmith em 05/04/2007
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