Crepúsculo de um Poema

Enquanto o campo de trigo pela brisa dançava,

O horizonte avermelha-se junto ao luar

Já em fase minguante, o céu as estrelas brilhantes

Também dando guarida a noite que chega

Em silêncios esvoaçando até o vazio da folha!

Ao longe ecoam os bandolins

Pelos botequins, d’onde em cada mesa

Nasce um poema imigrante do peito poesia

Dos ventos chorando pelos taquarais, tal qual o ais

Mesclando-se em retóricas, etéreas histórias, essência!

Sonatas, sonetos, quantos mistérios

Emergindo-se pelo dorsal da poética, elementos

Da matéria desnudando-se em lamentos

Enfeitiçados pel’alma flutuante entre enlevos,

Harpejos transcendentais como gotas do lacrimejar!

Do inconsciente coletivo a palavra

Pairando pelas estrofes, pela nudez da melancolia!

Que venha do amor em cada estribilho

Semeado pelo pássaro vagante da madrugada,

Do corpo envolto em devaneios sedosos de orar

E fazer de cada beijo uma saudade, gosto de mar

Para o regar do veios, anversos de navegar!

10/07/2013

Porto Alegre - RS