Amor e poesia***
Pouco a pouco surgirão as palavras.
Sinto no corpo o peso da alma.
Tento reter na mente as palavras
Como alguém que à morte
Se agarra à vida,
Ouvindo tocar na mente
A voz do amor,
Fundando em mim doloroso silêncio.
Fecundo e dorido silêncio
Que não virá da alma ruída,
Mas do momento do amor,
Juras amantes,
Mais que palavras,
Sopro de vida.
E no gozo intenso será expelido
O poema, explodindo violentamente o silêncio,
A vida correndo pelos
Escaninhos da alma,
Mostrando a face oculta das palavras
Esvaída pelo prazer.
No lençol manchado de amor,
O poema terminado,
A boca esquecida de palavras,
Corpo satisfeito, impregnado de poesia.